O Porquê do Memorial

As construções de edificações denominadas de memoriais, ao longo da história, serviram para indicar principalmente uma coisa: a importância de algo ou alguém, fazendo uma forte referência a sua memória.

Pensando assim, imaginei que podíamos fazer um singelo marco em homenagem a Vicente Salles no frente do Memorial do Livro Moronguetá, cujo nome havia sido sugerido por ele e que significa palavras bonitas de se ouvir.

Sabia também que dona Marena Salles contou que o desejo deles era que as suas cinzas fossem lançadas na baía de Guajará. Falei com ela e disse que poderíamos desobedecer a esse desejo um pouquinho, reservando uma parte dessas cinzas pra que elas fossem guardadas nesse pequeno memorial, um pouco inspirado no monumento construído em para José Saramago.

Ela consultou a família sobre essa possibilidade e relatou que ele tinha sido muito enfático e não queria nada físico: o que ele queria ir para Maiandeua.

Reza a lenda que Maiandeua seria um lugar onde os males não existiam, um lugar onde essa utopia era a mais pura realidade e que ficaria localizada no fundo mar.

Quando ela falou que ele não queria nada físico, eu imediatamente pensei que, já que não pode ser nada físico, nos vamos fazer então uma coisa virtual.

Foi então que surgiu a ideia de se fazer um memorial virtual para Vicente Salles.

Flávio Nassar

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